Este estudo acontece como parte
integrante do projeto PIBID-Francês da UFRGS. Iniciado em 2012, o projeto atua
no Colégio Estadual Júlio de Castilhos (de ensino médio) propondo, a cada ano,
a criação e o desenvolvimento de atividades didático-pedagógicas em parceria
com a professora-supervisora, responsável pela disciplina de francês nos turnos
da tarde e da noite. Assim fazendo, o projeto tem por objetivo geral a
afirmação do contexto plurilíngue e pluricultural das sociedades contemporâneas
e, de modo mais específico, da língua francesa como experiência comunicativa.
Para tanto, suas ações se ramificam em diferentes subsídios da prática docente,
que apresenta como principal referência teórica o Quadro Europeu Comum de
Referência para o Ensino de Língua. Conforme a proposta do subprojeto, este
estudo lança mão da performatividade, tanto da linguagem como do corpo
em sua prática gestual, enquanto elemento constitutivo de uma didática afetiva
da língua. Trata-se, portanto, de tomar o processo de ensino-aprendizagem
da língua francesa dentro de um processo ainda maior de construção e de
redefinição das identidades. E, para isso, assumir não apenas a performatividade
do corpo como agente de produção inteligente, mas, refutando a separação
ontológica entre corpo e intelecto, fazer da língua corpo e do corpo língua.
Nessa medida, a partir da execução de jogos cênicos e dos procedimentos
artísticos da arte da performance como operantes didáticos da língua
francesa, procuramos fazer dos corpos dos aprendentes lugar de reapropriação da
potência intelectual e de efetiva unidade da produção e expressão de suas
identidades. Por meio desses jogos performáticos, os aprendentes são levados a
agir e a criar experiências comunicativas em língua francesa, buscando
desenvolver todas as competências que envolvem tais ações (quais sejam:
interação oral, leitura, recepção e compreensão audiovisual e produção
escrita). Com isso, o estudo enfoca a centralidade do corpo como agente
produtivo dos processos de ensino-aprendizagem de língua estrangeira, o que
propicia a imediata experimentação das identidades em uma apropriação singular
e afetiva da língua francesa.
Palavras-chave: PIBID, Performance, didática, francês, identidades
Referências
COHEN, Renato. Performance como Linguagem. São Paulo:
Perspectiva, 2011.
COURTILLON, Janine. Élaborer un Cours de FLE. Paris : Hachette, 2003.
GLUSBERG, Jorge. A arte da performance. Trad. Renato
Cohen. São Paulo: Perspectiva, 1987.
Quadro
Comum Europeu de Referência para as Línguas – Aprendizagem, ensino, avaliação.
[Trad. para o português europeu de Maria Joana Pimentel do Rosário e Nuno
Verdial Soares], Edições Asas: Lisboa, 2001
RAJAGOPALAN, K. “Língua
estrangeira e auto-estima”, In: Por uma
linguística crítica. Parábola, São Paulo, 2004, p. 65-70.
RYNGAEERT, Jean-pierre. Jogar, representar: Práticas dramáticas e
formação. Trad. Cássia Raquel da Silveira. São Paulo: Cosac Naify, 2009.
Comunicação apresentada no X Salão de Ensino da UFRGS
de 24 a 26 de outubro de 2014