sexta-feira, 11 de março de 2011

O CONHECIMENTO COMO DESVIO: DA INFINITA MOBILIDADE DO PENSAMENTO EM NICOLAU DE CUSA



RESUMO

No intuito de designar o processo de pensamento, o filósofo Nicolau de Cusa (1401-1464) dedica-se a descrevê-lo segundo o enlace entre o pensamento finito do humano e a fundamental verdade infinita de Deus. A verdade, contudo, apesar de ser o objeto formal do pensamento humano, jamais é atingida integralmente. Porém, a sua busca é legitimada na medida em que, como infinita, abrange o pensamento finito, sem, por isso, ser finitizada, e, por sua vez, o pensamento finito abrange também, ao ser abrangido, um ponto comum com essa verdade buscada. Dessa maneira, é possível, com Cusa, fazer-se o esquadrinhamento de como a verdade desconhecida de Deus se torna a peça movedora da máquina de pensar humana. Uma das principais consequências disso é o método da douta ignorância como modo de entendimento do conhecimento humano, o qual esta dissertação postula e desenvolve, tomando em consideração o estudo das obras cusanas De docta ignorantia, Idiota e Compendium. A partir desse quadro, então, tem-se como resultante a formação de uma imagem do pensamento humano como potência viva indefinidamente a caminho da sua verdade, que oferece um campo de possibilidades combinatórias infinitas para o seu conhecimento. Conclui-se desta parte que, a inventividade do pensamento cusano constitui o próprio pensamento filosófico como um executador da multiplicidade e do movimento inventivo para a filosofia.



Palavras-chave: Conhecimento. Pensamento-verdade. Nicolau de Cusa.




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